O artigo deste mês é dedicado à Semana Mundial do Aleitamento Materno, que ocorre em 120 países e, oficialmente, é celebrada de 1º a 7 de agosto. Entre os inúmeros benefícios, vou destacar aqui a prevenção da obesidade.

Você sabia que a amamentação é um dos fatores considerados mais importantes para proteger a criança da obesidade? Recentemente, foi descrito que alquilgliceróis encontrados no leite materno ajudam a manter o tecido adiposo bege por mais tempo nos bebês. Embora seja um tipo de gordura, o tecido adiposo bege aumenta o metabolismo, sendo importante nessa faixa etária para manutenção da temperatura corporal. Em animais não amamentados, esse tecido é mais rapidamente substituído pelo tecido adiposo branco, responsável pela reserva energética no corpo.

O tempo de amamentação também parece influenciar, sendo maior a proteção proporcionalmente, o que é comprovado até o oitavo mês de vida. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o aleitamento materno exclusivo seja até os seis meses de vida e depois associado a outros alimentos até os dois anos de idade, pelo menos.

Porém há mães que, por diferentes situações, não conseguem amamentar. Nesses casos, esgotadas todas as possibilidades, é importante a mulher não se culpar e ficar em paz com sua maternidade, com si própria. O fato de a criança não receber aleitamento materno não é determinante, sendo apenas um fator. A obesidade é multifatorial, ou seja, é preciso que vários fatores aconteçam. Investir em bons hábitos alimentares é sempre necessário, independentemente da amamentação.

Obesidade infantil

  • Não é comum a obesidade dar sinais antes do primeiro ano de vida, mas pode acontecer.
  • O peso nunca é um indicador útil para crianças. É fundamental utilizar as curvas de índice de massa corpórea (IMC) para a idade.
  • A obesidade atinge 8,3% dos meninos e 7,3% das meninas entre 13 e 17 anos, segundo Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PENSE 2015).

 

Benefício para a mamãe – A amamentação, além de contribuir na proteção da criança contra a obesidade, traz inúmeros outros benefícios, inclusive para a perda de peso das mães após a gestação, pois aumenta o gasto energético materno em 600 calorias por dia, o que equivale a cerca de uma hora de corrida.

Uma pesquisa publicada na revista médica JAMA Internal Medicine, que acompanhou 1.238 mulheres durante 30 anos, levando em consideração fatores de risco como obesidade, estilo de vida ou antecedentes familiares de diabetes, além de resultados perinatais, apontou que as mulheres que amamentaram por, pelo menos, seis meses tiveram uma redução de 48% nas chances de desenvolver o diabetes tipo 2 ao longo dos anos.

Podemos concluir que a amamentação, além de ser um ato de amor, é o investimento na qualidade de vida, bem-estar e saúde tanto para a criança quanto para a mãe. Para aquelas que não têm a chance de amamentar, fiquem tranquilas, pois não faltarão oportunidades para demonstrar seu amor e atenção com a saúde de seus bebês.