A Federação Internacional do Diabetes escolheu o tema “Acesso aos cuidados do diabetes, se não agora, quando?” para Campanha do Dia Mundial do Diabetes. Há muitas semelhanças entre as necessidades do tratamento do diabetes e da obesidade

Mundialmente, o diabetes é lembrado no dia 14 de novembro e, neste ano, a Federação Internacional do Diabetes escolheu o tema “Acesso aos cuidados do diabetes, se não agora, quando?” para chamar atenção sobre os itens básicos aos quais toda pessoa que tem diabetes deveria ter acesso.

O diabetes é uma doença crônica na qual o corpo não produz insulina ou não consegue usar de modo eficiente a insulina que produz. É importante alertar que as pessoas com diabetes precisam de cuidado e apoio contínuos para poder controlar sua condição e evitar complicações, como a doença renal, a retinopatia (problema nos olhos) e os problemas com úlceras na planta dos pés, além das doenças cardiovasculares.

E o que seria acesso básico ou fundamental? De acordo com a IDF, no tratamento do diabetes, é fundamental ter:

Insulina — 100 anos após sua descoberta, a forma sintética desse hormônio ainda não está disponível para milhões de pessoas com diabetes que precisam dele.

Medicamentos orais — embora essenciais para controlar o diabetes, muitos permanecem indisponíveis ou inacessíveis em países de baixa e média rendas.

Automonitoramento: o monitoramento da glicose no sangue é um componente fundamental do tratamento do diabetes, porém muitos pacientes ainda não têm acesso aos equipamentos e insumos.

Educação e apoio psicológico — as pessoas que vivem com diabetes precisam de educação contínua para controlar sua condição.

Alimentos saudáveis e um local seguro para se exercitar — tanto para pessoas que vivem com diabetes quanto para aquelas sob risco de ter a doença, ou seja, são igualmente importantes para o cuidado e para a prevenção do diabetes.

Cerca de 90% dos casos de diabetes são do tipo 2, que está associado a sedentarismo e obesidade. E assim como falta acesso aos itens básicos para cuidar do diabetes, não posso deixar de frisar que há falta de acesso a um tratamento global para a obesidade, haja vista a grande lacuna nos serviços públicos de saúde no que seria o básico para tratar essa doença.

Não há nenhum tratamento disponível na rede pública para tratamento da obesidade. O único medicamento minimamente acessível é a sibutramina e um tratamento global envolve, além de medicamentos e (em alguns casos) cirurgia, o acompanhamento de um profissional de Nutrição, Educador Físico, Psicólogo ou Psiquiatra e, claro, sempre um Endocrinologista, todos essenciais para cuidar da pessoa com diabetes e também com obesidade.

Qualquer associação entre obesidade e diabetes não é mera coincidência.