IBGE divulgou os dados da PNS 2019 e os números mostram que o excesso de peso e a obesidade mais que dobraram nos últimos 17 anos. As estatísticas são importantes para determinar estratégias em Saúde Pública
Em outubro deste ano, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019, um trabalho em parceria com o Ministério da Saúde que vai a campo de cinco em cinco anos. Os números foram comparados aos da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009 e à PNS 2013.
A pesquisa revelou que, em 2019, cerca de 96 milhões de pessoas – 60,3% de indivíduos com 18 anos ou mais – apresentavam excesso de peso. Destas, 41 milhões estavam com obesidade. De forma geral, as mulheres apresentaram percentuais mais elevados tanto de excesso de peso quanto de obesidade.
As pesquisas observaram o aumento da prevalência do excesso de peso e obesidade nos últimos 17 anos — desde a POF 2002/2003 até a PNS 2019 —, e os números assustam: o percentual de pessoas de 20 anos ou mais com obesidade dobrou nesse período.
O percentual de pessoas com excesso de peso que em 2002/2003 estava em 43,3% da população de 20 anos ou mais chegou a 61,7% em 2019.
Entre os adolescentes de 15 a 17 anos de idade, cerca de 19,4% apresentaram excesso de peso e 6,7% obesidade
Essas estatísticas são fundamentais para atualizar a sociedade sobre dados em relação ao excesso de peso e à obesidade, pois, a partir dos números divulgados, os especialistas em Saúde Pública e as autoridades podem estruturar políticas e programas de combate ao excesso de peso e à obesidade.
Impressiona o fato de que, com quase 100 milhões de brasileiros com excesso de peso e mais de 40 milhões com obesidade, o Sistema Único de Saúde não ofereça nenhum tratamento medicamentoso para obesidade, nem nas Unidades Básicas de Saúde, nem nos Ambulatórios de Especialidades!
Sabemos que o sedentarismo e os maus hábitos alimentares podem estar por trás desses números crescentes, e a ciência já nos trouxe as evidências de que a prevalência de doenças como diabetes e as cardiovasculares cursam com o aumento do índice da massa corporal.
Resumo
Fonte: IBGE |
Aqui no blog, já demos algumas dicas para mudar o ambiente obesogênico e também tratamos sobre a relação íntima entre o diabetes tipo 2 e a obesidade. O grande desafio continua sendo fazer toda a sociedade — e aí incluem-se médicos e autoridades públicas — entender a obesidade como uma doença crônica de múltiplos fatores, sendo necessário e urgente incentivar políticas públicas e mudanças de estilo de vida para que a curva do gráfico dessas estatísticas comece a decrescer.