Naturalmente, ao longo da vida, ocorrem mudanças corporais que trazem quilos a mais. Fatores como alterações hormonais e retirada do útero e ovários podem estar ligados ao maior ganho de peso da mulher durante a fase da pré-menopausa (perimenopausa)
Depois de um ano da última menstruação, a mulher pode dizer que chegou na menopausa. E a fase seguinte, a pós-menopausa, ainda pode trazer alguns desconfortos da fase que antecedeu esse marco (a perimenopausa ou pré-menopausa). São os calores, a secura vaginal, a perda da libido e um ganho de peso de cerca de três a quatro quilos. Mas por que vem esse peso a mais?
Antes de tudo, vale lembrar que homens e mulheres ganham peso ao longo da vida: dos 25 aos 40 anos de idade, cerca de 30% das pessoas apresentam obesidade. Dos 40 aos 50 anos, esse percentual chega a 60%. E, claro, isso tudo está relacionado não apenas à mudança corporal, mas também aos hábitos de vida: sedentarismo, má alimentação e outros fatores e doenças associadas.
Menopausa e quilos a mais
Na perimenopausa alguns fatores estão diretamente ligados ao ganho de gordura corporal, como a diminuição do estrogênio e as ações do FSH (hormônio folículo-estimulante).
Além disso, algumas mulheres passam pela retirada do útero (histerectomia) ou do útero e dos ovários (ooforectomia), e esses procedimentos provocam a menopausa não natural e, portanto, uma mudança hormonal mais abrupta, normalmente associada a maior aumento do peso.
Na menopausa natural, que, em geral, ocorre entre os 45 e os 55 anos de vida, vai ocorrendo uma falência ovariana gradual, daí o ganho de peso menor do que na menopausa cirúrgica.
A atividade física é essencial, pois, além de contribuir para menor ganho de peso, na fase da menopausa acontece uma discreta redução de massa muscular, sabidamente prejudicial para a saúde óssea.
Onde ocorre o aumento de gordura
Durante a fase fértil da mulher (menacme), há um predomínio de gordura periférica ou subcutânea chamada de gluteofemoral, com acúmulo de gordura na região inferior do corpo, ou seja, glúteos e coxas. É o chamado “formato pera”.
Na perimenopausa e, principalmente, após a menopausa, ocorre uma redistribuição da gordura corporal, e o corpo feminino vai perdendo essa gordura gluteofemoral, que acaba sendo redistribuída para a região subcutânea e abdominal. É o chamado “formato maçã”. Aqui no Blog, já falamos dos perigos dessa gordura abdominal (leia aqui), por isso, mais do que nunca, os bons hábitos de vida devem ser lembrados.
A transição para a menopausa é uma fase delicada da vida da mulher que traz muitas mudanças: psicológicas, emocionais e físicas. Mas saiba que o endocrinologista é o aliado para te conduzir da melhor maneira nesse caminho que é o amadurecimento da vida feminina, inclusive aconselhando a reposição hormonal da menopausa, se for o caso.