Informação clara para o consumidor, para ele ter a opção de escolha em levar ou não o alimento. Estamos falando da rotulagem frontal, que tem como objetivo comunicar quantidades excessivas dos ingredientes críticos em alimentos. O modelo de advertência nada mais é do que uma classificação da qualidade nutricional utilizando selos. Se na embalagem tiver um selo, quer dizer que o alimento não é bom; dois, o alimento é ruim; e três selos é pior ainda. Ou seja, recebe o selo na embalagem apenas o alimento que tiver os níveis nutricionais comprometidos, indicando a quantidade dos ingredientes mais prejudiciais: sal, gordura ou açúcar.
O Chile já utiliza essa escala e o Uruguai aprovou recentemente. Países como Canadá e Israel ainda estão em discussão sobre a adoção da medida.
Existe um “medo” da indústria com a adoção da rotulagem frontal, de que – segundo algumas opiniões – o consumidor se afaste de marcas que costuma comprar. Mas é um equívoco pensar assim.
Colocar um selo na embalagem do alimento é pura informação, é sinal de transparência com o consumidor, que precisa e tem o direito de saber o que está levando para casa. É dar a ele a liberdade de escolher comprar ou não um alimento que pode ou não ser tão saudável, mas sabendo que a escolha é dele, e não da indústria que deixa de informar.
Pesquisas divulgadas a todo momento mostram que os consumidores dão preferência a marcas que dialogam, são transparentes. A rotulagem frontal pode fazer as indústrias de alimentos substituírem ingredientes por outros mais saudáveis para não perder mercado e se destacar como uma marca consciente e que deseja proporcionar alimentos mais saudáveis. Seria mais um elo para estabelecer confiança entre consumidores e marcas.
No Brasil, caminhamos a passos bem encurtados. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) levou quatro anos para divulgar um documento que informasse qual o modelo de rotulagem frontal seria mais adequado. Os modelos do semáforo e de advertência são os mais discutidos no País. Não tenho dúvidas de que o modelo de advertência seja superior, o que é observado em todos os estudos que comparam os dois tipos.
Após esse relatório ter sido divulgado pela Anvisa, foi aberta uma rodada pública com especialistas e outros profissionais que pudessem contribuir. Porém foram os consumidores que mais opinaram – cerca de 70% da participação -, o que acabou se tornando uma consulta pública.
As várias informações recebidas por meio desse primeiro levantamento foram compiladas e a elaboração do relatório deverá ocorrer até setembro deste ano, quando será feita uma nova consulta pública. Infelizmente, essa última análise se arrasta há mais de cinco anos.