Nódulo de tireoide é comum e nem todo nódulo é câncer. Cerca de 85% a 90% dos nódulos de tireoide são benignos. Os exames clínicos, laboratoriais e de imagem é que vão determinar o diagnóstico, a eventual necessidade de seguimento e o tratamento.
Vamos começar esta conversa lembrando que nem todo nódulo de tireoide é maligno. Além disso, nem todo nódulo precisa ser puncionado. Na verdade, a maioria dos nódulos observados ao ultrassom não necessita investigação e punção e cerca de 85% a 90% dos nódulos de tireoide são benignos.
Nódulos com mais de 1 cm de diâmetro normalmente são palpáveis no exame clínico, e para complementar a avaliação é necessária uma ultrassonografia da glândula. Este último exame é que vai determinar a necessidade ou não de punção aspirativa com agulha fina (PAAF) de acordo com as características do nódulo (entre outras, volume, formato, presença ou não de calcificações, tipo de vascularização).
Histórico de radiação da região cervical ou familiares de primeiro grau com histórico de câncer de tireoide, fatores clínicos como presença de linfonodos, rouquidão e velocidade de crescimento do nódulo podem ser sintomas e sinais de suspeita.
Após a etapa de avaliação de resultados dos exames, caso seja realmente identificada ou suspeita a malignidade na PAAF, o tratamento vai depender do tipo. Nesse caso, existem quatro tipos:
Papilífero — cresce lentamente e, quando é detectado precocemente na glândula tireoide, a taxa de cura é próxima de 100%;
Folicular — também tem alta taxa de cura (95%) se o tumor for pequeno e restrito à tireoide, particularmente em indivíduos mais jovens;
Medular — é menos comum e tem forte componente genético: ocorre em 5% dos casos e, se estiver apenas na tireoide, o paciente tem 90% de chances de cura;
Anaplásicos — são os mais agressivos, mas a boa notícia é que são muito raros.
Exames realizados, diagnóstico feito, tipo de câncer detectado: é a hora do tratamento. As opções, em geral, são duas:
Tireoidectomia — quando um cirurgião de cabeça e pescoço fará a retirada da tireoide. Sem a glândula, o paciente terá que repor os hormônios da tireoide para o resto da vida;
Radioiodoterapia — consiste na ingestão de uma quantidade pequena de iodo radioativo para destruir qualquer tecido da tireoide que tenha ficado após a cirurgia.
O acompanhamento com o endocrinologista é necessário para ajuste das doses de levotiroxina que o paciente terá de tomar para o resto da vida, e também para avaliação rotineira de eventual recorrência, mesmo que rara.
Portanto, ao saber que tem um nódulo de tireoide, não se desespere: mantenha a calma e relembre o que escrevemos logo no começo deste artigo: cerca de 85% a 90% dos nódulos de tireoide são benignos.